O uso racional dos recursos naturais será a prioridade número um para a humanidade neste século. |
Dados de 2006 indicam que o Brasil consome 45 bilhões de litros de óleo Diesel por ano, sendo cerca de 18% deste total importados. Além do óleo Diesel, outros tantos bilhões de quilos de outros combustíveis são queimados e seus resíduos lançados na atmosfera.
Considerando apenas o óleo Diesel, podemos afirmar que o Brasil (que não está entre os paises mais poluidores do mundo) contribui anualmente para a destruição do planeta terra, no mínimo, com os seguintes elementos:
360 milhões de quilos de hidrocarbonetos não queimados, resultantes de combustão incompleta.
1.723,50 milhões de quilos (ou 1.723.500 toneladas) de óxidos de Nitrogênio na forma de NOx como o NO2.
60 milhões de quilos de Monóxido de Carbono (CO)
75 milhões de quilos de Material Particulado (PM) na forma de cinzas e outras partículas sólidas
93 milhões de quilos de Anidrido Sulfuroso (SO2)
76.500 milhões de quilos (ou 76.500.000 toneladas) de Gás Carbônico (CO2) também chamado de gás do efeito estufa.
Se quisermos levar em conta as emissões resultantes da queima de outros combustíveis fósseis, podemos afirmar que, no caso do gás carbônico, os números superam o dobro dos acima vistos.
A utilização de energia de fontes renováveis, com menos prejuízos ecológicos, ainda se encontra na fase das pesquisas tecnológicas e, a curto prazo, não se apresentará como solução para o problema energético mundial. Pensar nas possibilidades de soluções do tipo biodiesel, seria imaginar que é economicamente viável produzir automóveis para vendê-los diretamente ao ferro velho para serem reciclados, dado que a energia despendida na sua obtenção tem custo equivalente ao daquela que se pode obter da sua combustão. No médio prazo, a alternativa que vem despertando os maiores interesses das instituições de pesquisa e desenvolvimento, bem como investimentos do setor industrial, são as células a combustível.
No Brasil, o Ministério da Ciência e Tecnologia já colocou em consulta pública o programa brasileiro de células a combustível, sob a coordenação do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE).
No mundo, todas as montadoras da indústria automotiva já se encontram testando protótipos ou em vias de lançamento dos primeiros veículos movidos à célula a combustível.
No campo da geração de energia elétrica, as células a combustível vêm ao encontro dos conceitos de geração distribuída, permitindo que a energia seja gerada no próprio local de uso, reduzindo as necessidades de investimentos na construção de grandes hidrelétricas ou termelétricas, linhas de transmissão e sistemas complexos de distribuição.
Espera-se para os próximos anos que o avanço dessa tecnologia traga para a sociedade tantos benefícios quanto aqueles conquistados pela evolução da informática nos últimos anos.
Não se surpreenda se, daqui a vinte anos, seu carro não tiver motor nem câmbio e não fizer barulho e se na sua casa, a energia elétrica for proveniente da tubulação de gás.